“O orçamento foi chumbado por duas vezes consecutivas, apesar de conter “todos os contributos do PS, grande parte dos contributos do PSD e todos os contributos do BE”, disse o presidente da Câmara da Guarda, no final da reunião desta segunda-feira, 14 de Outubro, depois de ter sido acusado pelos vereadores do PSD de se continuar a vitimizar por não ter orçamento.
Sérgio Costa recordou que “à época, foi dito pelos vereadores do PS e do PSD, que chumbaram porque queriam eleições antecipadas”.
O autarca explicou que “pela primeira vez, a Câmara da Guarda foi governada sem orçamento, com um esforço herculeano, seja do executivo, seja dos técnicos do município, porque para além de dar muito mais trabalho, há coisas que tinham que andar mais depressa mas que tiveram que andar mais devagar porque nem sempre tínhamos os fundos disponíveis para aquilo que nós queríamos. Temos as condicionantes por o orçamento não ter sido aprovado”.
Sérgio Costa referiu que “agora, estamos numa altura de discussão, de análise do novo orçamento para 2025, que será o último deste mandato e, portanto, temos que continuar a seguir aquelas aprovações que já fizemos em reunião de camara para que no próximo possamos concretizar no torto ou numa grande parte”.
Na reunião desta segunda-feira, Carlos Chaves Monteiro, disse que os vereadores do PSD apresentaram um “veemente protesto” em relação ao facto do actual presidente da autarquia se continuar a vitimizar de não ter orçamento.
“Assistimos frequentemente nas assembleias municipais e até na comunicação social, o presidente da Câmara vitimizar-se e criar uma narrativa de que há uma irresponsabilidade por parte do PSD porque chumbou o orçamento ou os empréstimos”, disse o vereador do PSD, alegando que o presidente do município “não se deve escudar na Assembleia Municipal, onde não tem contraditório dos vereadores do PSD, mas que faça esse debate na Câmara Municipal”.
Carlos Chaves Monteiro argumentou que o orçamento que está em vigor é o que “foi negociado com base no orçamento de 2023 e que teve 120 alterações, das quais cerca de 30 são do PSD, mais dez ou quinze do PS e as restantes são do movimento independente Pela Guarda”.
“Face às circunstâncias de não aprovação, tem o orçamento que quis e está a executar e a fazer despesa com o orçamento que está em vigor”, disse Carlos Chaves Monteiro. E acrescentou: “Dizer que não tem orçamento é uma falácia, é uma mentira”. De acordo com o vereador do PSD o discurso do Presidente da autarquia é uma “narrativa que visa unicamente vitimizar-se mas sem respeitar a oposição e nem os elementos da oposição”.
Carlos Chaves Monteiro lembrou que o orçamento de 2024 foi chumbado pelo PSD com base em “23 razões, que foram no momento transmitidas à Guarda”. Adiantou que “o presidente da Câmara, mesmo negociando com os vereadores do PS e do PSD, não aceitou corrigir o orçamento na sua total dimensão, por isso foi chumbado”.