Anúncio foi feito na Guarda pelo Ministro da Saúde
O Ministro da Saúde, Paulo Macedo, anunciou na quarta-feira, dia 8 de Abril, na Guarda, que o Grupo Hospitalar da Beira Interior (GHBI), que abrangerá as Unidades Locais de Saúde (ULS) da Guarda e de Castelo Branco e o Centro Hospitalar da Cova da Beira (Covilhã), “deverá ser uma realidade a breve prazo”. No final da cerimónia de tomada de posse do novo Conselho de Administração (CA) da ULS, o Ministro disse aos jornalistas que a ARS do Centro “já fez o seu estudo” e que com a criação do GHBI o Governo pretende que “possa haver uma rede colaborativa mais formal”, entre as unidades de saúde abrangidas. “Ou seja, em vez de haver apenas um protocolo para a Ortopedia entre o Centro Hospitalar Universitário de Coimbra e a ULS, o que nós queremos aqui é que, de facto, na Beira Interior, haja uma colaboração muito estreita nestes três Hospitais, aproveitando a universidade, que tem que servir estes três Hospitais”, esclareceu. Por outro lado, segundo Paulo Macedo, “faz todo o sentido ter uma estrutura integrada, quer seja naqueles aspectos mais fáceis, como as compras em grupo”, quer seja “em termos de mobilidade de médicos, para estarem onde as pessoas precisam deles e, por exemplo, se poderem deslocar entre estas unidades”. O Ministro referiu ainda que com a criação do GHBI, as atuais ULS da Guarda e de Castelo Branco “mantêm as suas autonomias”, mas o Grupo Hospitalar terá “um conselho comum que integra as três unidades”.
O presidente da Câmara da Guarda, Álvaro Amaro, reagiu com satisfação ao anúncio feito pelo titular da pasta da Saúde, lembrando que “desde sempre” defendeu a criação do GHBI. “Como o senhor Ministro referiu, e bem, todos os Hospitais mantêm a sua autonomia, o que vão fazer é, em vez de se protocolarem, trabalharem de uma forma muito mais sustentada e na rede previamente definida. Claro que todos temos a ganhar com isso”, afirmou. Álvaro Amaro sublinhou ainda que o Hospital da Guarda necessita de dinamizar “ainda mais” a vertente do ensino universitário e que, para aquela unidade de saúde ganhar uma dimensão maior tem que “estar em rede”, tem que “cooperar”. Sugeriu ainda que, para o Hospital aumentar o poder de captação de médicos, seja dada possibilidade à ULS da Guarda de contratar profissionais, dando-lhe a hipótese de também poderem ser professores na Faculdade de Medicina, na Covilhã.
Na sua deslocação à Guarda, o Ministro da Saúde disse também que a falta de médicos em alguns Hospitais, como é o caso da Guarda, não se deve a “qualquer inibição em termos de disponibilidades financeiras”. “Nós contratamos todos os médicos das especialidades em que há carências”, disse. No caso da Guarda, referiu que as carências “mais prementes” são na área de Anestesia e também na área da Radiologia. Algumas carências têm que ser supridas de uma forma colaborativa, como foi referido na tomada de posse, neste caso através de um acordo que foi feito com o Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC), observou, indicando que na área da Radiologia “também terá que se ter caminhos através da tele-radiologia, da telemedicina, e também tornar mais atractivas as condições para os médicos se virem fixar na Guarda”. A este propósito lembrou o diploma publicado para pagar ajudas de custo aos profissionais que tenham mobilidade a mais de 60 quilómetro e os incentivos à fixação de médicos no interior. Ainda em relação à Guarda, referiu que mais de 90% da população tem médico de família mas continua a existir falta de médicos nesta área, sendo necessário contratar 8 profissionais. Indicou ainda que nos últimos 16 meses foram recrutados 250 pessoas para a ULS da Guarda, sendo cerca de 58 enfermeiros, mais de 40 médicos e 8 especialistas. “Este ano já recrutámos mais 35 médicos e autorizámos recentemente a contratação de mais 16 enfermeiros”, concluiu.