As notícias do distrito da Guarda e da região interior centro

Entrevista: Sérgio Manuel Pereira Novo – Presidente e Diretor Artístico da ASTA – Teatro e Outras Artes

“Esperamos que outros municípios se juntem à Guarda, Gouveia, Covilhã e Fornos de Algodres para em conjunto com a ASTA podermos continuar a afirmar o contradança”

Sérgio Manuel Pereira Novo é Presidente e Diretor Artístico da ASTA – Teatro e Outras Artes e estudou na Covilhã.

Nos tempos livres gosta de caminhar, ouvir música, tratar do jardim, churrascadas e divertir-se.

A GUARDA: A ASTA – Teatro e Outras Artes tem assumido um papel importante na promoção da cultura na região. Quais as principais iniciativas em que esta associação, com quase 25 anos, está envolvida?

Sérgio Novo: A ASTA desde a sua criação (2000), como companhia profissional, tem pautado o seu trabalho em prol de 5 eixos principais: Criações; Programação/Festivais; Serviço Educativo; Projetos de Investigação; e Circulação.

Nas criações, até ao presente ano conta com 83 espetáculos originais criados e apresentados, quer em Portugal, quer em outros países, aos quais se somam muitas outras atividades performativas; no campo da programação, destacamos os festivais:  contraDANÇA – Festival de Dança e Movimento Contemporâneo (15 edições), o Festival de Artes de Rua – Portas do Sol (5 edições), o Ciclo de Teatro Universitário da Beira Interior (28 edições) [coprodução com o TeatrUBI], e a ensinARTE -Mostra de Teatro Escolar (12 edições) [coprodução com o Agrupamento de Escolas do Teixoso]. No campo do Serviço Educativo desenvolvemos inúmeros projetos, trabalhando várias temáticas, mas que sobretudo se baseiam no uso das artes como forma, metodologia ou processo de intervenção no campo da aprendizagem ou da intervenção social para todos os públicos (não só público escolar, mas também universitário e público em geral). Nos inúmeros projetos de Investigação, destacamos projetos como o TellMe – Theatre for Education and Literacy Learning of Migrants in Europe (projeto que utiliza o teatro para ensinar língua e matemática), TIM – Theatre in Mathemathics (projeto que utiliza o teatro para ensinar matemática), Deep Acts – Developing Emotional Education Pathways and Art Centered Therapy Services against gender violence (projeto que usou as artes como forma de prevenção e sensibilização contra a violência de género), ou o  GREEN ETHICS – Green Experience Through Theatre Inspiring Communities (projeto que alerta para as alterações climáticas e sustentabilidade ambiental com especial incidência na cultura); ao nível da Circulação, a ASTA tem apresentado as suas criações tanto em Portugal como no estrangeiro, em Portugal estivemos presentes em 17 dos distritos do continente, em muitas cidades, vilas e aldeias, e a nível internacional estivemos presentes em 19 países de 4 continentes.  O seu trabalho tem sido reconhecido ao longos dos anos, quer a nível nacional quer a nível internacional e a título de exemplo destacamos os Prémios atribuídos pela UNESCO (The UNESCO Confucius Prize for Literacy 2019, e pela UNIÃO EUROPEIA, o– European Language Label 2019, ao Projeto Tell Me – Theatre for Education and Literacy Learning of Migrants in Europe.

Em 2021 foi-nos atribuído o Estatuto de Utilidade Pública pela Presidência do Concelho de Ministros.

Ao longo dos quase 25 anos de existência, além dos trabalhos artísticos dirigidos pela equipa da ASTA, temos convidado vários criadores nacionais e internacionais, para dirigirem algumas das nossas criações, o que também promove um acesso e desenvolvimento cultural da nossa  região, criadores como Vera Mantero, Miguel Pereira, Filipa Francisco, José Carlos Garcia, António Abernú, Marco Ferreira, Ricardo B. Marques, João Garcia Miguel e Amândio Anastácio (Portugal); Lorena Briscoe, e  Cecilia Gómez (Argentina); Harvey Grossman (Estados Unidos da América); Ruth Mandel (Bélgica); ReveRso (Alemanha); Gonçalo Guerreiro e Pati Domech (Espanha) ou Andrea Anconetani e Alessandro Pertrosa (Itália).

A GUARDA: Sendo uma estrutura profissional de criação e programação do interior do País, quais as dificuldades com que se debate?

Sérgio Novo: As principais dificuldades da companhia prendem-se com a componente financeira – financiamento autárquico e a ausência de um espaço próprio para apresentações e desenvolvimento das nossas atividades.

A nível de financiamento é fundamental existir a consciência de que as atividades que desenvolvemos (criações/apresentações, festivais, serviço educativo e outras…) têm um custo financeiro elevado e que se trata de produtos culturais, essenciais ao desenvolvimento humano, geradoras de progresso local, regional e nacional. A ASTA tem uma equipa fixa, de 8 pessoas, altamente qualifica, a que se juntam inúmeras contratações pontuais.  É vital a criação e definição de estratégias nacionais, regionais e municipais para a cultura. É necessário investir no que já temos e saber onde queremos chegar. É fundamental um maior investimento na cultura, de forma consciente e estratégico. As áreas metropolitanas de Lisboa e Porto concentram em si o maior investimento público em cultura, é urgente inverter este paradigma. Municípios, CIM´s e CCDR´s deveriam ter uma palavra a dizer nesta área. É urgente centrarmo-nos em quem cá está, e em quem cá trabalha e valorizar-se o interior do país.

A ASTA celebra 25 anos em 2025, e neste quarto de século, sempre de crescimento, torna-se também vital um espaço onde a companhia possa desenvolver as suas atividades.

A GUARDA: Podemos dizer que o trabalho da ASTA tem sido apresentado e reconhecido tanto em Portugal como no estrangeiro?

Sérgio Novo: Sim, tal como referido anteriormente, a ASTA tem apresentado o seu trabalho tanto em Portugal, como no estrangeiro, têm tido a oportunidade de ser reconhecida com inúmeros prémios e distinções, tanto a nível nacional como internacional (contamos já com 34 prémios) e recebido inúmeros convites para apresentações. Já no próximo dia 25 de setembro, a ASTA apresenta-se em Tiblissi, capital da Géorgia, com o espetáculo Paradjanov – A Celebração da Vida, num convite endossado à ASTA para abrir o festival de teatro Tbilisi Pomegranates – International Theatre Festival, dedicado inteiramente ao cineasta Serguey Paradjanov em prol dos 100 anos de seu nascimento, é mais uma prova do reconhecimento do nosso trabalho.

A GUARDA: Vem aí mais uma edição do ContraDança. O que é este Festival e quais as novidades para este ano?

Sérgio Novo: O contraDANÇA – Festival de Dança e Movimento Contemporâneo trata-se de um festival transdisciplinar, ímpar na região Centro, com a participação de artistas nacionais e estrangeiros e com uma variedade de atividades paralelas. A sua 15ª Edição irá decorrer nas cidades da Guarda, Gouveia, Fornos de Algodres e Covilhã.

Desde espetáculos direcionados para a infância, a espetáculos de público em geral, o contraDANÇA contempla a apresentação de 13 espetáculos de áreas diversas, como a dança, a performance, o teatro, o circo e a música, sempre nas suas vertentes mais contemporâneas, a que se juntam algumas atividades complementares (exposições, debate, feira do livro de artes e umas jornadas académicas dedicadas à literatura e artes performativas).

A grande novidade para este ano é a extensão do contraDANÇA no Município da Guarda, fruto da parceria entre a ASTA e a Câmara Municipal da Guarda, o que muito nos orgulha, pois desta forma o Festival posiciona-se e assume cada vez mais a sua importância e representatividade na região.

A GUARDA: Houve alguma razão especial para a edição deste ano centrar os espectáculos na Covilhã, Fornos de Algodres, Gouveia e Guarda?

Sérgio Novo: Em edições anteriores, o Festival já teve a sua presença nos concelhos de Belmonte, Castelo Branco, Covilhã, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Fundão, Gouveia, Santa Maria da Feira e Seia. Este ano, em boa hora, junta-se a Guarda a este rol de municípios, que esperamos se mantenha para lá de 2025. Estas extensões são fruto de trabalho de produção por parte da equipa da ASTA no sentido de se reunirem as condições necessárias tanto financeiramente como de logística por forma a conseguirmos realizar o contraDANÇA. Para o próximo ano esperamos que outros municípios se juntem à Guarda, Gouveia, Covilhã e Fornos de Algodres para em conjunto com a ASTA podermos continuar a afirmar o contraDANÇA e a torna-lo num evento regional que possa adquirir maior escala a nível nacional, e porque não internacional.

A GUARDA: A ASTA assinou, na última semana, um protocolo de colaboração com a Câmara Municipal da Guarda. Em que consiste esse protocolo?

Sérgio Novo: Trata-se de um protocolo de cooperação entre a ASTA e a Câmara Municipal da Guarda para o próximo ano de 2025, que visa um conjunto de ações conjuntas para a realização do Festival contraDANÇA no Município da Guarda. A ASTA assume a curadoria e produção do festival que contará com diversas atividades: apresentação de espetáculos, atividades complementares, Serviço Educativo e Atividades de Mediação vão fazer parte de um vasto programa que terá a Guarda como epicentro do contraDANÇA em 2025. Estas atividades serão realizadas no Teatro Municipal da Guarda, mas também no exterior.

A GUARDA: Como olha para a cultura na Beira Interior?

Sérgio Novo: Com bastante preocupação. Não pelo que se faz, que se produz, pois nesse aspeto a qualidade artística e a capacidade de criação por parte das estruturas culturais do interior é sobejamente visível e demonstra que ao contrário de que “o que vem de fora é que é bom” (como muitos municípios por todo o Portugal acreditam), damos provas tanto nacional como internacionalmente da qualidade, engenho e capacidade de criação.

No entanto, enquanto esse paradigma não se alterar, e não houver uma consciência de que a realidade da Beira Interior carece de outras formas de financiamentos, outros investimentos, outras capacitações, com planos concertados de políticas culturais, nacionais, regionais e municipais, ou seja, enquanto não se olhar para a Cultura de forma correta e como um investimento, e sobretudo a valorização e reconhecimento da mesma, fico bastante apreensivo em perceber até quando conseguirão as estruturas culturais aguentar.

Entrevista: Sérgio Manuel Pereira Novo – Presidente e Diretor Artístico da ASTA – Teatro e Outras Artes

“Esperamos que outros municípios se juntem à Guarda, Gouveia, Covilhã e Fornos de Algodres para em conjunto com a ASTA podermos continuar a afirmar o contradança”

Sérgio Manuel Pereira Novo é Presidente e Diretor Artístico da ASTA – Teatro e Outras Artes e estudou na Covilhã.

Nos tempos livres gosta de caminhar, ouvir música, tratar do jardim, churrascadas e divertir-se.

A GUARDA: A ASTA – Teatro e Outras Artes tem assumido um papel importante na promoção da cultura na região. Quais as principais iniciativas em que esta associação, com quase 25 anos, está envolvida?

Sérgio Novo: A ASTA desde a sua criação (2000), como companhia profissional, tem pautado o seu trabalho em prol de 5 eixos principais: Criações; Programação/Festivais; Serviço Educativo; Projetos de Investigação; e Circulação.

Nas criações, até ao presente ano conta com 83 espetáculos originais criados e apresentados, quer em Portugal, quer em outros países, aos quais se somam muitas outras atividades performativas; no campo da programação, destacamos os festivais:  contraDANÇA – Festival de Dança e Movimento Contemporâneo (15 edições), o Festival de Artes de Rua – Portas do Sol (5 edições), o Ciclo de Teatro Universitário da Beira Interior (28 edições) [coprodução com o TeatrUBI], e a ensinARTE -Mostra de Teatro Escolar (12 edições) [coprodução com o Agrupamento de Escolas do Teixoso]. No campo do Serviço Educativo desenvolvemos inúmeros projetos, trabalhando várias temáticas, mas que sobretudo se baseiam no uso das artes como forma, metodologia ou processo de intervenção no campo da aprendizagem ou da intervenção social para todos os públicos (não só público escolar, mas também universitário e público em geral). Nos inúmeros projetos de Investigação, destacamos projetos como o TellMe – Theatre for Education and Literacy Learning of Migrants in Europe (projeto que utiliza o teatro para ensinar língua e matemática), TIM – Theatre in Mathemathics (projeto que utiliza o teatro para ensinar matemática), Deep Acts – Developing Emotional Education Pathways and Art Centered Therapy Services against gender violence (projeto que usou as artes como forma de prevenção e sensibilização contra a violência de género), ou o  GREEN ETHICS – Green Experience Through Theatre Inspiring Communities (projeto que alerta para as alterações climáticas e sustentabilidade ambiental com especial incidência na cultura); ao nível da Circulação, a ASTA tem apresentado as suas criações tanto em Portugal como no estrangeiro, em Portugal estivemos presentes em 17 dos distritos do continente, em muitas cidades, vilas e aldeias, e a nível internacional estivemos presentes em 19 países de 4 continentes.  O seu trabalho tem sido reconhecido ao longos dos anos, quer a nível nacional quer a nível internacional e a título de exemplo destacamos os Prémios atribuídos pela UNESCO (The UNESCO Confucius Prize for Literacy 2019, e pela UNIÃO EUROPEIA, o– European Language Label 2019, ao Projeto Tell Me – Theatre for Education and Literacy Learning of Migrants in Europe.

Em 2021 foi-nos atribuído o Estatuto de Utilidade Pública pela Presidência do Concelho de Ministros.

Ao longo dos quase 25 anos de existência, além dos trabalhos artísticos dirigidos pela equipa da ASTA, temos convidado vários criadores nacionais e internacionais, para dirigirem algumas das nossas criações, o que também promove um acesso e desenvolvimento cultural da nossa  região, criadores como Vera Mantero, Miguel Pereira, Filipa Francisco, José Carlos Garcia, António Abernú, Marco Ferreira, Ricardo B. Marques, João Garcia Miguel e Amândio Anastácio (Portugal); Lorena Briscoe, e  Cecilia Gómez (Argentina); Harvey Grossman (Estados Unidos da América); Ruth Mandel (Bélgica); ReveRso (Alemanha); Gonçalo Guerreiro e Pati Domech (Espanha) ou Andrea Anconetani e Alessandro Pertrosa (Itália).

A GUARDA: Sendo uma estrutura profissional de criação e programação do interior do País, quais as dificuldades com que se debate?

Sérgio Novo: As principais dificuldades da companhia prendem-se com a componente financeira – financiamento autárquico e a ausência de um espaço próprio para apresentações e desenvolvimento das nossas atividades.

A nível de financiamento é fundamental existir a consciência de que as atividades que desenvolvemos (criações/apresentações, festivais, serviço educativo e outras…) têm um custo financeiro elevado e que se trata de produtos culturais, essenciais ao desenvolvimento humano, geradoras de progresso local, regional e nacional. A ASTA tem uma equipa fixa, de 8 pessoas, altamente qualifica, a que se juntam inúmeras contratações pontuais.  É vital a criação e definição de estratégias nacionais, regionais e municipais para a cultura. É necessário investir no que já temos e saber onde queremos chegar. É fundamental um maior investimento na cultura, de forma consciente e estratégico. As áreas metropolitanas de Lisboa e Porto concentram em si o maior investimento público em cultura, é urgente inverter este paradigma. Municípios, CIM´s e CCDR´s deveriam ter uma palavra a dizer nesta área. É urgente centrarmo-nos em quem cá está, e em quem cá trabalha e valorizar-se o interior do país.

A ASTA celebra 25 anos em 2025, e neste quarto de século, sempre de crescimento, torna-se também vital um espaço onde a companhia possa desenvolver as suas atividades.

A GUARDA: Podemos dizer que o trabalho da ASTA tem sido apresentado e reconhecido tanto em Portugal como no estrangeiro?

Sérgio Novo: Sim, tal como referido anteriormente, a ASTA tem apresentado o seu trabalho tanto em Portugal, como no estrangeiro, têm tido a oportunidade de ser reconhecida com inúmeros prémios e distinções, tanto a nível nacional como internacional (contamos já com 34 prémios) e recebido inúmeros convites para apresentações. Já no próximo dia 25 de setembro, a ASTA apresenta-se em Tiblissi, capital da Géorgia, com o espetáculo Paradjanov – A Celebração da Vida, num convite endossado à ASTA para abrir o festival de teatro Tbilisi Pomegranates – International Theatre Festival, dedicado inteiramente ao cineasta Serguey Paradjanov em prol dos 100 anos de seu nascimento, é mais uma prova do reconhecimento do nosso trabalho.

A GUARDA: Vem aí mais uma edição do ContraDança. O que é este Festival e quais as novidades para este ano?

Sérgio Novo: O contraDANÇA – Festival de Dança e Movimento Contemporâneo trata-se de um festival transdisciplinar, ímpar na região Centro, com a participação de artistas nacionais e estrangeiros e com uma variedade de atividades paralelas. A sua 15ª Edição irá decorrer nas cidades da Guarda, Gouveia, Fornos de Algodres e Covilhã.

Desde espetáculos direcionados para a infância, a espetáculos de público em geral, o contraDANÇA contempla a apresentação de 13 espetáculos de áreas diversas, como a dança, a performance, o teatro, o circo e a música, sempre nas suas vertentes mais contemporâneas, a que se juntam algumas atividades complementares (exposições, debate, feira do livro de artes e umas jornadas académicas dedicadas à literatura e artes performativas).

A grande novidade para este ano é a extensão do contraDANÇA no Município da Guarda, fruto da parceria entre a ASTA e a Câmara Municipal da Guarda, o que muito nos orgulha, pois desta forma o Festival posiciona-se e assume cada vez mais a sua importância e representatividade na região.

A GUARDA: Houve alguma razão especial para a edição deste ano centrar os espectáculos na Covilhã, Fornos de Algodres, Gouveia e Guarda?

Sérgio Novo: Em edições anteriores, o Festival já teve a sua presença nos concelhos de Belmonte, Castelo Branco, Covilhã, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Fundão, Gouveia, Santa Maria da Feira e Seia. Este ano, em boa hora, junta-se a Guarda a este rol de municípios, que esperamos se mantenha para lá de 2025. Estas extensões são fruto de trabalho de produção por parte da equipa da ASTA no sentido de se reunirem as condições necessárias tanto financeiramente como de logística por forma a conseguirmos realizar o contraDANÇA. Para o próximo ano esperamos que outros municípios se juntem à Guarda, Gouveia, Covilhã e Fornos de Algodres para em conjunto com a ASTA podermos continuar a afirmar o contraDANÇA e a torna-lo num evento regional que possa adquirir maior escala a nível nacional, e porque não internacional.

A GUARDA: A ASTA assinou, na última semana, um protocolo de colaboração com a Câmara Municipal da Guarda. Em que consiste esse protocolo?

Sérgio Novo: Trata-se de um protocolo de cooperação entre a ASTA e a Câmara Municipal da Guarda para o próximo ano de 2025, que visa um conjunto de ações conjuntas para a realização do Festival contraDANÇA no Município da Guarda. A ASTA assume a curadoria e produção do festival que contará com diversas atividades: apresentação de espetáculos, atividades complementares, Serviço Educativo e Atividades de Mediação vão fazer parte de um vasto programa que terá a Guarda como epicentro do contraDANÇA em 2025. Estas atividades serão realizadas no Teatro Municipal da Guarda, mas também no exterior.

A GUARDA: Como olha para a cultura na Beira Interior?

Sérgio Novo: Com bastante preocupação. Não pelo que se faz, que se produz, pois nesse aspeto a qualidade artística e a capacidade de criação por parte das estruturas culturais do interior é sobejamente visível e demonstra que ao contrário de que “o que vem de fora é que é bom” (como muitos municípios por todo o Portugal acreditam), damos provas tanto nacional como internacionalmente da qualidade, engenho e capacidade de criação.

No entanto, enquanto esse paradigma não se alterar, e não houver uma consciência de que a realidade da Beira Interior carece de outras formas de financiamentos, outros investimentos, outras capacitações, com planos concertados de políticas culturais, nacionais, regionais e municipais, ou seja, enquanto não se olhar para a Cultura de forma correta e como um investimento, e sobretudo a valorização e reconhecimento da mesma, fico bastante apreensivo em perceber até quando conseguirão as estruturas culturais aguentar.

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