“Adjudicámos a Área Empresarial de Juncais e é este projecto que desejaria ver concluído até ao final do nosso mandato”
António Manuel Pina Fonseca tem 59 anos e é natural de Fornos de Algodres. Estudou no Externato Marquês de Tomar de Fornos de Algodres, Escola C+S de Mangualde, Escola Emídio Navarro de Viseu e Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.Gosta de aproveitar os tempos livres para ler e viajar.
A GUARDA: A autarquia refere que “visitar o Município de Fornos de Algodres é contemplar o passado e o presente, a paisagem e o património, assim como os usos e costumes”. Há assim tanto para desfrutar em Fornos de Algodres?
António Fonseca: Sim, na realidade o município tem muito para oferecer. É um concelho rico em património histórico e arqueológico, temos um património natural com paisagens fascinantes, uma vista privilegiada sobre a Serra da Estrela, uma magnífica praia fluvial, temos tradições e costumes muito próprios em cada uma das nossas aldeias e o mais importante o carinho e o bem receber das nossas gentes para com quem nos visita.
A GUARDA: Os percursos pedestres são uma aposta ganha na promoção do território do concelho?
António Fonseca: Sim, apesar de ser um trabalho iniciado muito recentemente, é uma aposta que já dá frutos. Os percursos pedestres estão integrados numa estratégia de promoção do concelho, uma vez que sabemos que existe uma grande procura por actividades desportivas, de saúde e bem-estar. É nossa expectativa marcar um percurso por freguesia e mais tarde interligar estes percursos numa grande rota que percorrerá todo o nosso território. Através dos percursos pedestres procuramos ainda valorizar o património histórico-cultural, daí designarmos os nossos percursos de Rotas com História.
A GUARDA: Podemos dizer que Fornos de Algodres é detentor de um vasto património histórico e arqueológico?
António Fonseca: Sem dúvida que sim, o concelho de Fornos de Algodres tem vestígios históricos e arqueológicos desde o neolítico, 5000 anos a.C. Temos mais de 60 sítios identificados com vestígios arqueológicos, um vasto património religioso, com igrejas e capelas de diferentes séculos e estilos arquitectónicos, seis pelourinhos classificados como imóveis de interesse público, que atestam a importância histórica do concelho. O património histórico e arqueológico é visitável 365 dias por ano, praticamente todo de fácil acesso, com roteiro estabelecido ou em articulação com o CIHAFA – Centro de Interpretação Histórica e Arqueológica de Fornos de Algodres.
A GUARDA: O queijo Serra da Estrela, aqui produzido, é um produto secular com características e qualidades únicas. Neste tempo de pandemia, os pastores produtores tiveram algum apoio especial?
António Fonseca: Uma vez que não foi possível realizar a Feira do Queijo “Serra da Estrela” houve a necessidade de criar um conjunto de medidas que minimizasse os custos dos nossos produtores. Através da Plataforma “O Bom Sabor da Serra” conseguimos que os produtores de queijo comercializassem os seus queijos para todo o território nacional. Antecipámos o pagamento a todos os produtores no âmbito do programa de apoio aos ovinicultores, medida esta posta em prática já há alguns anos. Continuamos a apoiar os produtores de queijo na certificação do seu queijo, tendo passado no último ano de duas queijarias certificadas, para cinco queijarias certificadas.
A GUARDA: Como é que a autarquia tem lidado com a situação de pandemia que estamos a atravessar?António Fonseca: Considerando a situação pandémica vivida no nosso concelho em virtude da Covid-19 e os seus impactos negativos na saúde e na economia local, o executivo municipal de Fornos de Algodres tomou uma série de medidas no âmbito do Programa “Fornos – Por Todos Nós”. Este novo programa tem alocado um pacote financeiro de 360 mil euros, contemplando 28 medidas de apoio às entidades do concelho, à protecção dos rendimentos e ao sector social. Realço neste caso a implementação do projecto “Uma Escola para Todos”, a isenção de 100% das tarifas de água, saneamento e resíduos sólidos urbanos para as IPSS e Empresas, a isenção de 100% nas tarifas de água e saneamento para as Juntas de Freguesia e famílias do concelho, a implementação de um programa de promoção dos produtos endógenos, em especial o queijo serra da estrela, o programa de apoio às empresas com sede fiscal no concelho em layoff, ou com quebras superiores a 30% no volume de negócios por força do diploma que decretou o estado de emergência, o programa de apoio à realização de testes à covid-19, o programa de apoio alimentar às instituições de primeira linha no combate à pandemia e o programa de recolha de resíduos em entidades com surtos ativos. A GUARDA: Quais as principais obras que destaca ao longo deste mandato?
António Fonseca: Num concelho que tem neste momento um encargo da dívida bastante elevado, temos que ser muito criteriosos nas obras que lançamos. Temos uma necessidade premente de intervir nos sistemas de tratamento de águas residuais e esgotos, pelo que neste mandato intervimos nas estações de tratamento do Ramirão e Vila Ruiva. No âmbito do PARU, demos vida a um novo espaço – o jardim “Quintas da Vila”. Adjudicámos a remodelação do Mercado Municipal tornando-o mais funcional e estamos a reabilitar a Escola do 1º ciclo de Figueiró da Granja.
A GUARDA: Há algum projecto que ainda gostaria de ver concluído até ao final do mandato?
António Fonseca: Fornos de Algodres não dispõe neste momento de um Parque Industrial, no entanto dispõe de uma localização privilegiada, próxima da Estação de Caminho-de-ferro e da A25. Nesse sentido adjudicámos a Área Empresarial de Juncais e é este projecto que desejaria ver concluído até ao final do nosso mandato.
A GUARDA: É um Presidente feliz? Volta a ser candidato à Câmara?António Fonseca: Considero-me um Presidente feliz, isto porque todos estes anos sempre tive como objectivo fundamental estar junto dos Fornenses e das Instituições, tentando sempre que possível ajudar na resolução de muitos dos seus problemas. Vivi cada dia pensando no futuro do meu concelho tentando encontrar sempre as melhores soluções. Serei candidato porque acho que fizemos muitas coisas boas no nosso concelho, mas ainda há muito para fazer, por isso vamos novamente à luta.