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Emigrantes em peso na festa anual de São Bartolomeu

Adão

Os emigrantes da Freguesia do Adão continuam a marcar uma forte presença na festa anual em honra de São Bartolomeu, que este ano incluiu actividades nos dias 15, 21, 23, 24 e 25 de Agosto, embora o ponto alto tenha sido no dia 24. “A Festa de São Bartolomeu é ponto de encontro para os habitantes da Freguesia e arredores. É a última festa da zona e é natural que todos se encontrem para fazer a despedida. A maior parte dos emigrantes que ainda trabalha, tira férias só a partir do dia 15 de Agosto para poderem estar até ao início de Setembro, marcando presença na festa”, disse ao Jornal A GUARDA o presidente da Junta, Ricardo Santos. O morador Carlos Manuel também garantiu que os emigrantes da terra “ajudam a fazer a festa”. “Muitos já não ligam, sobretudo os mais novos, mas os mais velhos procuram marcar presença ano após ano”, acrescentou, referindo que o Adão celebra em Maio a Festa de Nossa Senhora de Fátima que “não é tão valente” como a de São Bartolomeu. “Esta festa é maior e, no mínimo, são necessários 30 mil euros para a fazer. Eu dei a festa em 1986 e gastámos mil e tal contos”, rematou. Já o emigrante Plácido Pais, de 64 anos, residente em França desde 1967, garante que vem “praticamente todos os anos” ao Adão por altura dos festejos em honra de São Bartolomeu. “A festa é o melhor momento que nós cá passamos no Adão. É o convívio com os amigos, as sardinhadas, etc… Participamos sempre nesta festa porque é uma alegria para todos”, disse. O homem referiu que a tradição mantém-se ano após ano e que os festejos são um ponto de honra para os habitantes e naturais da Freguesia. Lembrou ainda na altura em que foi mordomo, há 23 anos, fez peditório em França, junto dos naturais do Adão residentes naquele país. “Mas isso agora acabou. Antigamente a tradição era assim: metia-se um mordomo aqui e outro em França. O daqui fazia o peditório na terra e o da França fazia-o lá. Era assim que conseguia-mos juntar o dinheiro suficiente para a festa”.
Já Fernando Frade, de 67 anos, emigrante em França há 49 anos, casou no Adão e frequenta a Festa de São Bartolomeu todos os anos. “Venho sempre, só falto se não puder mesmo vir, porque gosto muito desta festa. Gosto da alvorada pela manhã, da banda de música que dá a volta ao povo, da procissão com a saída do andor do padroeiro, que também dá a volta ao povo, do convívio com os amigos, gosto de tudo”. Pelas contas de Fernando Frade “70% das pessoas que participam na festa são emigrantes”. Ana Marques, de 90 anos, que casou no Adão há 64 anos e foi viver para França quando tinha cerca de 40 anos, a presença anual na festa é “uma obrigação”. “Acho que nunca faltei. Costumo cá vir todos os anos, mas daqui para a frente, com a idade, não sei se virei”, disse a mulher que recorda tempos idos, antes de emigrar quando na terra “havia mais gente e a festa era maior”.

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