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Em memória de João Oliveira Lopes

(1959-2014)

João,
Quando me escreveste a dedicatória do teu primeiro livro dizias que ele nasceu da tua teimosia e vontade de deixares alguma coisa para os que ficavam …
E era preciso, João?
O que tu me deixaste é muito maior que o teu livro, muito maior que aquilo que a minha saudade me deixa recordar, muito maior do que esta revolta e esta dor lancinante que me atravessa o coração.
Queria eu, agora, dedicar-te a minha homenagem de amigo, de companheiro, de parceiro profissional, de porto de abrigo da minha família, mas as palavras saem em soluços, e apenas a tua imagem sorridente me aparece, como se gozasses comigo e eu soubesse que tens uma partida para me pregar.
E sabes, esta última rasteira que me pregaste, não a consigo compreender, ultrapassa os meus limites e deixou-me num limbo de emoções que julguei não ser possível sentir.
Dizem que ninguém é insubstituível mas é mentira; podem outros ser meus amigos, meus companheiros, meus parceiros profissionais, mas nenhum terá certamente o coração do tamanho do mundo que tu tinhas e que, de tão cheio de afetos, assim te traiu no dia 11 de setembro de 2014.
Bem hajas por teres existido, por seres meu amigo e por tanto teres feito pelos nossos sonhos comuns ligados ao automobilismo e ao futuro da cidade que ambos amámos.
Fica em paz, amigo, e sempre que me vires “com a cabeça a mil”, manda-me recado da tua sensatez e bem-querer.
Luís Celínio

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