No Dia Internacional da Língua Portuguesa
“Francisco de Pina 1585-1625 – O Contacto da Língua Portuguesa com Línguas e Culturas do Extremo Oriente” é o tema da conferência que vai decorrer esta sexta-feira, 5 de Maio, a partir das 14.30 horas, no Museu da Guarda.
Na conferência, que assinala o Dia Internacional da Língua Portuguesa, serão oradores António Morgado (historiador), Carlos Assunção e Gonçalo Fernandes (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro).
A organização adianta que o missionário jesuíta Francisco de Pina, natural da Guarda, “destacou-se, no século XVII, como um dos maiores promotores da romanização da língua vietnamita”. O Vietname adoptou o alfabeto latino e isso deve-se sobretudo ao trabalho de Francisco de Pina, que no século XVII aprendeu a língua local, o anamita, e depois de a estudar avançou com a sua romanização.
Tudo indica que se este sacerdote nascido na Guarda em 1585 não tivesse morrido num naufrágio em Hoi An (Faifo) com apenas 40 anos, também teria sido dele o primeiro Dicionário de Português-Vietnamita.
Na Guarda, o Professor António Salvado Morgado, tem sido um dos principais promotores da vida e obra de Francisco de Pina. Com a sua colaboração a “Vietnammese Language Foundation” manifestou vontade de instalar na Guarda uma estela de homenagem ao Padre Francisco de Pina. O monumento pretende indicar “a gratidão do povo vietnamita ao seu benfeitor”, natural da Guarda, e será proposto por artistas vietnamitas, em conformidade com a localização definida pela autarquia da Guarda.
Ano início de 2022, António Morgado disse ao Jornal A GUARDA que a “Vietnammese Language Foundation” está a desenvolver um processo de homenagear os promotores da romanização da língua vietnamita, em que se inclui o Jesuíta Francisco de Pina, natural da Guarda.
O grupo de intelectuais vietnamitas, que na Guarda conta com a colaboração do Professor António Morgado, “é tão grande que estão interessados em desenvolver, com a colaboração de Portugal, um processo de identificação do túmulo de Francisco de Pina recorrendo a traços de ADN”. “Um processo certamente complexo e demorado. Importa, no entanto, que as instituições portuguesas correspondam da melhor maneira aos objectivos daquela fundação vietnamita”, adiantou, na altura, António Morgado ao Jornal A GUARDA.
Na reunião que o grupo de intelectuais vietnamitas teve com a Câmara Municipal da Guarda, “ficou decidido desencadear os actos conducentes à instalação da estela”. “Quanto à realização do outro projecto, estando para além das competências da Câmara Municipal, importará desencadear primeiro um processo de estudo que se crê tenha de ser pluridisciplinar”, acrescentou.