Sabugal
A Empresa Municipal Sabugal+ disponibiliza aos produtores e ao público em geral, através da Colónia Agrícola de Martim Rei, castanheiros enxertados para plantações.
A decisão é justificada por a fileira da castanha ter “um papel activo na economia local” e por poder ganhar maior representatividade se continuar a ser feita uma aposta nesta espécie, “desenvolvendo estratégias organizadas para optimizar a sua comercialização”. Martaínha, Longal e Judia são as variedades de castanheiros disponíveis, com preços a partir de 9 euros a unidade. Estas variedades são as que melhor se adaptam à região, apresentando as suas castanhas um bom valor económico e nutricional.
Fonte da Colónia Agrícola de Martim Rei adiantou ao Jornal A Guarda que, por ano, são disponibilizados entre 1.200 a 1.500 castanheiros. No ano passado “foram todos vendidos” e este ano a expectativa é que volte a acontecer o mesmo. Os castanheiros têm sido essencialmente vendidos para produtores do concelho do Sabugal, mas também tem havido procura por parte de produtores de outras zonas do distrito onde o castanheiro predomina.
A Colónia Agrícola de Martim Rei também tem produção própria de castanha para venda, produzindo, em média, mais de uma tonelada de castanha por ano. Este ano, a qualidade da castanha adivinha-se boa, tal como nos anos anteriores. “Os castanheiros estão carregados, só se houver algum problema dentro do ouriço é que a produção poderá falhar”, referiu a fonte.
Para além da Colónia Agrícola de Martim Rei, o concelho do Sabugal possui uma forte mancha de castanheiros nas Freguesias do Soito e dos Foios.
“A produção de castanha pesa bastante” na economia dos residentes nos Foios, referiu ao Jornal A Guarda o ex-presidente da Junta José Manuel Campos, admitindo que a produção média anual deverá ser de cerca de 200 toneladas. “Se as castanhas fossem vendidas ao preço justo” teriam uma importância ainda maior, uma vez que, naquela zona, os preços são tabelados por intermediários vindos de Lisboa e da zona do Ribatejo. “Se a castanha tivesse um preço regulamentado através do Governo”, o benefício para o produtor seria maior, vaticina o ex-autarca.
Na área daquela Freguesia os proprietários agrícolas têm apostado na renovação dos soutos, pois segundo José Manuel Campos “quando dão conta que a doença da tinta começa a afectar uma determinada tapada, plantam logo 3 ou 4 e estão sempre a renovar. É uma política correcta e estou convencido que os castanheiros vão sendo mais resistentes à doença”.
A importância da castanha continua bem patente no magusto que é realizado anualmente, de forma alternada, nos Foios e em Eljas (Espanha). Este ano será realizado, no dia 8 de Novembro, nos Foios e, pelas contas de José Manuel Campos, deverá juntar mais de 500 pessoas de ambos os lados da fronteira. “Os espanhóis trazem o mel para molharmos as castanhas, o vinho e a aguardente. Nós temos a jeropiga e a castanha”, adiantou o ex-autarca.
No dia do Magusto transfronteiriço haverá animação musical e funcionará o assador gigante dos Foios que permite assar mais de 50 quilogramas de castanhas de uma só vez.