Em 2 de Fevereiro
Para a próxima semana vamos celebrar, pela 25ª vez, o Dia do Consagrado, coincidente com a festa litúrgica da Apresentação do Senhor, em 2 de fevereiro.A preceder este dia, é-nos oferecida também a Semana do Consagrado, que começa no dia 26 deste mês.Para assinalar o acontecimento, a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica enviou uma carta ao Povo de Deus e, por sua vez, a Comissão Episcopal que tutela esta importante dimensão da vida da Igreja em Portugal publicou uma mensagem.
A carta da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada faz um forte apelo às comunidades religiosas para que procurem traduzir, na sua vida comunitária e no cumprimento do carisma que lhes está confiado, quanto de si depende, as propostas do Papa Francisco na sua última encíclica, a “Fratelli Tutti”.De facto, a realidade de que somos todos irmãos, como rezamos no Pai Nosso, precisa de ser traduzida em gestos concretos, sabendo nós, como recorda o Papa, que o horizonte é cumprir o sonho da tal fraternidade universal, de que S. Francisco de Assis foi profeta.Para realizar este sonho, a Igreja e o mundo precisam de contar com o contributo de todas as comunidades religiosas e de todos os consagrados, cada qual com as suas convicções, o seu carisma e a sua voz. E nos tempos de acrescidas dificuldades que estamos a viver impostas pela pandemia, mais se torna necessário o gesto profético dos consagrados, com a sua entrega à causa de Cristo e da Igreja, no serviço dos irmãos, a começar pelos mais vulneráveis, por aqueles que mais sofrem, neste caso em particular, por efeito da atual pandemia.
Na mensagem, para a celebração deste dia e da semana que o prepara, a Comissão Episcopal respetiva pede a todo o Povo de Deus uma oração especial para que os consagrados testemunhem sempre que são “fiéis e felizes”.É certo que a fidelidade não é devidamente valorizada nos tempos que correm. Mas a verdade é que ela é a caraterística essencial do amor, o amor divino, mas também o amor humano autêntico. O verdadeiro modelo da fidelidade reside no próprio Deus sempre fiel à sua Palavra e em Jesus Cristo, sempre fiel ao Pai e à missão que Ele lhe confiou; uma fidelidade até ao fim, até à morte na cruz. E a verdade é que a fidelidade recomendada não se compadece com conformismos, qualquer paragem no tempo ou desânimo. Pelo contrário, mobiliza-nos para escutar sempre de novo o que o Espírito nos diz quanto ao nosso compromisso com a missão da Igreja e o serviço a este mundo concreto em que habitamos.E esse compromisso começa por ajudar a construir comunidades cristãs mais evangélicas e mais cristãs.
Neste ano especialmente dedicado a S. José, pedimos a sua proteção e a sua intercessão para que os consagrados e consagradas sejam capazes de testemunhar o sonho evangélico de um mundo onde precisamos que progrida e se implante cada vez mais a cultura do encontro e do diálogo, também entre as diferentes gerações.Às várias comunidades religiosas e outros consagrados e consagradas que, por graça de Deus, estão na nossa Diocese dirigimos, nesta hora, uma mensagem de especial apreço e congratulação e rezamos para que os seus diferentes carismas sejam cada vez mais contributos bem articulados para a renovada vitalidade desta Igreja Particular.25.1.2021+Manuel R. Felício, Bispo da Guarda