Documento refere que “região não pode continuar a suportar os custos deste atraso”
A Assembleia Municipal da Guarda aprovou, por unanimidade, um voto de protesto pelo atraso na reabertura da linha da Beira Alta. O documento foi apresentado, na reunião do dia 27 de Setembro, pela deputada do CDS/PP, Cláudia Guedes.
“Com este voto de protesto, o grupo municipal do CDS quer expressar a sua profunda preocupação descontentamento em relação ao atraso significativo na abertura da via-férrea da Beira Alta ao contrário do que foi anunciado durante a visita do senhor ministro das infra-estruturas às obras, em Maio do ano passado”, explicou.
Cláudia Guedes lembrou que “a via-férrea encontra-se encerrada desde 19 de Abril de 2022” e a previsão era que “as obras durassem nove meses”. Com o prazo estipulado largamente ultrapassado, a deputada municipal do CDS referiu que “até ao momento não foi fornecida qualquer data para a conclusão das obras”. Adiantou também que “esta já é a terceira vez que a Infra-estruturas de Portugal falha o prazo anunciado para a reabertura deste troço da linha”.
Cláudia Guedes deu conta que “a linha férrea da Beira Alta desempenha um papel crucial na região afectando directamente a vida das empresas, das pessoas e até do ambiente”. Lembrou que é a “principal via-férrea de ligação à Europa”.
“É de extrema importância reconhecermos a relevância desta infra-estrutura para o bem estar e desenvolvimento da nossa região, dada a relevância económica e social e ambiental da via férrea”, considerou Cláudia Gudes. E acrescentou: “É fundamental que sejam tomadas medidas imediatas para acelerar o processo de conclusão das obras” e “sejam fornecidas informações claras sobre a nova data de reabertura”.
No documento a deputada do CDS/PP refere que “a nossa região não pode continuar a suportar os custos deste atraso”.
O voto de proteste termina com o apelo da reabertura “o mais rápido possível “ da linha da Beira Alta, “de modo a restabelecer a normalidade as actividades económicas e a qualidade de vida das pessoas”.
Recorde-se que o presidente da Câmara Municipal da Guarda, Sérgio Costa, já tinha manifestado a sua preocupação em relação ao adiamento da reabertura da Linha da Beira Alta.
“Aguardamos que seja dada uma justificação plausível aos autarcas e informações sobre o plano de recuperação do atraso”, disse Sérgio Costa. Lembrou que o atraso das obras na Linha “pode implicar o atraso no arranque da instalação do Porto Seco”, uma vez que os estaleiros das obras estão localizados na zona onde a Administração do Porto de Leixões quer implementar o Porto Seco.
A Linha está encerrada desde Abril de 2022 para obras de modernização e de aumento de capacidade, com um investimento de cerca de 600 milhões de euros, integrado no programa Ferrovia 2020.
