O executivo da Câmara Municipal da Guarda aprovou na sua última reunião, por maioria, com a abstenção dos dois vereadores do PS, Joaquim Carreira e Graça Cabral, a prestação de contas consolidadas do ano de 2014 da autarquia. Os eleitos do PS também se abstiveram na primeira revisão aos documentos previsionais do ano de 2015.
No final da reunião, em declarações aos jornalistas, o vereador Joaquim Carreira disse que o executivo liderado por Álvaro Amaro “entrou a dizer que esta Câmara estava super-endividada” e “isso não se provou”. Disse que recorreu a um empréstimo e “verificamos que aquilo que está a fazer é a gastar o dinheiro desse empréstimo” porque “não temos conhecimento que haja candidaturas aprovadas” para obras. “Esta Câmara está a comportar-se da mesma forma que o Governo”, disse o socialista, referindo que está a “somar dívida em cima de dívida”. Quanto à revisão aos documentos previsionais do ano de 2015 disse que a abstenção é justificada por os socialistas considerarem tratar-se de um Orçamento “que revela alguma navegação à vista”. Na resposta a Joaquim Carreira o presidente da autarquia, Álvaro Amaro, disse que a observação de “navegação à vista” é “um chorrilho de asneiras técnicas”. “Isso é um chorrilho de asneiras técnicas. Nós, em obras só do overbooking (do QREN), obras que não temos garantia de financiamento, temos perspectiva, mas não garantia, já vamos em 600 mil euros de obras feitas e pagas. Não é quem vier que pague. Não. É obras feitas e pagas. É evidente que nós temos a esperança de vir a obter 85% desse financiamento, mas não temos a certeza, mas havia uma certeza que nós tínhamos, por isso isto é uma questão técnica: é de planeamento. É preciso saber como é que funciona o acesso aos fundos comunitários, é preciso saber como funciona essa questão do overbooking”, declarou. E acrescentou: “São obras feitas com o dinheiro do saneamento? Não é possível. Isso é impossível. Porque o saneamento foi para pagar dívidas até ao final de 2013 que depois alongámos até 2014. Dívidas do passado, não é candidaturas”. “Isso é um chorrilho de asneiras em termos técnicos, de modo que os responsáveis do PS que se documentem, que estudem, se quiserem, se não quiserem por mim está tudo bem. Nós temos as nossas opções, mostramo-las às pessoas, dizemos o que queremos, dizemos para onde vamos, dizemos o que arriscamos, dizemos onde temos financiamento e é esta a nossa maneira de trabalhar e assim prosseguiremos”, concluiu.
Em relação às contas consolidadas de 2014, Álvaro Amaro disse que o Município da Guarda “fez uma diminuição da dívida em pagamento de 9 milhões de euros”.
Os documentos aprovados na reunião do executivo vão ser submetidos à próxima sessão da Assembleia Municipal.