Venda do Hotel de Turismo da Guarda
O assunto da venda do Hotel de Turismo da Guarda marcou a última reunião do executivo municipal da Guarda, realizada na segunda-feira, dia 24 de Agosto, com o presidente Álvaro Amaro a desejar que o mercado “responda favoravelmente” e o vereador socialista Joaquim Carreira a defender que o edifício devia ser recuperado pelo Estado. O tema foi abordado por Álvaro Amaro no Período de Antes da Ordem do Dia da sessão, onde informou que o anúncio do concurso público de arrendamento com opção de compra seria publicado no dia seguinte. O líder do executivo explicou que o anúncio tem a inovação no sentido de que possa ser apresentada uma proposta para fins hoteleiros de 50% ou mais da área, ficando a outra parte sobrante para poder ser utilizada para investimentos quer na área da saúde ou nas áreas comerciais. “As rendas, em parte, podem ser deduzidas na opção de compra. Penso que estão criadas as condições para saber qual vai ser o comportamento do mercado, porque desde sempre acreditámos que a única solução que temos para resolver aquilo que foi trágico para a economia da Guarda, mas foi bom para os cofres do Município, como sempre disse, a única via realista que o Estado Português, que nós próprios entendemos como mais adequada, é esta de poder fazer funcionar o mercado”, declarou aos jornalistas no final da sessão. “Desejo que o mercado responda favoravelmente àquelas que são agora as opções que estão colocadas”, acrescentou.
Durante a discussão do tema, o vereador Joaquim Carreira defendeu que devia ser o Estado a recuperar o imóvel. “O Turismo de Portugal/Estado tinha-se comprometido para recuperar este edifício para de novo o colocar como Hotel a prestar o serviço à população e a quem nos visita e também como Escola de Hotelaria. Foi a decisão que foi tomada na altura, foi aprovada por maioria e portanto foi aquilo que se impôs fazer na altura. Resulta agora que foram feitas tentativas e a Câmara Municipal da Guarda e este executivo têm sido promotores dessas tentativas da venda do Hotel Turismo. Fê-lo, mas, em nossa opinião, não tem decorrido nas melhores condições e resulta que ao colocá-lo no mercado, viu-se bem que a primeira tentativa ficou deserta”, declarou. O vereador também alertou para a desvalorização do imóvel. “Aquilo que se intui deste processo é que este bem chegará à venda pública por qualquer empresário que se puder dar 500 não dá 1.000. Portanto, viria por ai abaixo num processo de desvalorização deste património. “É evidente que a ser recuperado qualquer investidor irá seguramente recorrer ao Fundo de Turismo, portanto, na prática, o Estado acaba por pagar tudo. Então, se é para pagar tudo, o Estado que cumpra com aquilo que se comprometeu que é recuperá-lo com escola ou não escola hoteleira e colocá-lo em forma de concessão à entidade privada nacional ou estrangeira que o queira explorar”, defendeu Joaquim Carreira.
O presidente da Câmara discordou da posição do PS, referindo que foi com “surpresa negativa” que ouviu o vereador dizer que o partido considera “que a melhor solução para o Hotel é à moda antiga, o Estado é que tem que cumprir, o Estado é que tem que fazer”. “Politicamente o PS da Guarda, alinhando no mesmo diapasão do PS do país continua a achar que depois de terem mergulhado o país numa crise profunda (…) o Estado tem que fazer, o estado tem que resolver, o mercado não é solução porque é vendido ao desbarato, coisa que não pode ser porque há uma avaliação oficial. Espero que o PS não boicote este caminho. Isso é o que eu peço, em nome do amor à Guarda. Mesmo que se discorde espero que o PS não boicote este caminho e que não faça como estas afirmações hoje são de um grande nervosismo na perspectiva de que o mercado poderá estar disponível”. “A diferença entre a nossa postura e a postura do PS é esta: nós queremos devolver o Hotel à cidade e trabalhamos até agora e continuaremos a trabalhar intensamente numa visão realista”, afirmou. E concluiu: “A não ser que seja isso. Que o sonho de ganhar as eleições. Depois os vereadores vão exigir, por hipótese a um governo do PS que cumpra o protocolo que há 4 anos em acto pré-eleitoral fez. A não ser que seja por esse sonho, mas isso, como não foi dito, dou por mim a pensar, desde o fim da reunião até agora”.