Guarda
Álvaro Amaro defende coesão territorial e desenvolvimento do Interior
O presidente da Câmara Municipal da Guarda, Álvaro Amaro, apelou à coesão territorial, no discurso proferido na segunda-feira, dia 9 de Junho, na sessão solene de boas vindas ao Presidente da República, realizada na Sala da Assembleia Municipal, no edifício dos Paços do Concelho.
O autarca apelou “à coesão territorial, ao combate à desertificação, à promoção do desenvolvimento do Interior do país”. “Todos os diagnósticos estão feitos e apesar disso a tendência mantém-se – o Interior é cada vez mais Interior, com menos gente, mais desertificado e menos desenvolvido”, lembrou. Segundo Álvaro Amaro, “em todas as eleições os comportamentos repetem-se – não há político que não prometa apaixonar-se pelo Interior. O problema é que a paixão esmorece logo que se ascende ao Governo”. Alertou ainda que “a desertificação do Interior significa a massificação do Litoral”. “Se não se pára esta tendência, teremos, mais dia, menos dia, não um mas dois problemas. O problema do Interior a desaparecer e o problema do Litoral a romper pelas costuras”, alertou. Acrescentou que “a questão da promoção do desenvolvimento do Interior não é uma mera questão regional. Muito menos uma exigência corporativa. É uma questão de competitividade e de coesão. Logo, uma questão nacional”.
O autarca, que entregou a Medalha de Ouro da Cidade ao Presidente da República, “como forma de homenagem e reconhecimento ao mais alto magistrado da Nação”, apelou a Cavaco Silva para que seja o impulsionador de um projecto de esperança para Portugal. Referiu que o país está “a sair de uma crise grave que a todos atingiu”, mas precisa “de um projecto que mobilize os sectores mais dinâmicos da sociedade” e que “não deixe à margem do progresso as vítimas maiores” da crise sem precedentes. “Um projecto em que se pense menos nas próximas eleições e se pense mais nas próximas gerações. Um projecto que seja económico, social e cultural. Mas que seja, antes de mais, um projecto de esperança, disse. “O país espera que Vossa Excelência, pela autoridade que tem e pela legitimidade que possui, seja, agora mais do que nunca, o impulsionador desse projecto de esperança, unindo os que na política estão desavindos, mobilizando os que na economia estão descontentes, congregando os que na sociedade estão desconfiados ou alheados. É uma tarefa patriótica e nacional. Mas é disso que o país precisa: de visão nacional e de espírito patriótico”, afirmou.
Na sua intervenção, o Presidente da República defendeu que é tempo de “o medo dar lugar à esperança” e de reencontrar o rumo certo para o país. Cavaco Silva recordou que pela segunda vez, em 37 anos, a Guarda acolheu as comemorações oficiais do 10 de Junho e falou da evolução da cidade. “A Guarda, que noutros tempos parecia tão distante, é hoje protagonista de um projecto estratégico dinamizado pelos responsáveis autárquicos e empresariais”, disse, considerando que a sua localização pode representar “um activo económico e permite-lhe aspirar a ser mais que um local de passagem”. “A implantação de novas empresas no concelho e no distrito da Guarda, com forte aposta na inovação e desenvolvimento, é a prova de que a interioridade pode ser vencida e de que à fatalidade da geografia não corresponde a fatalidade da desertificação”, afirmou. O Presidente da República também incentivou os responsáveis locais a procurarem novos investimentos e a explorarem as “potencialidades endógenas”.
Antes da realização da cerimónia de boas vindas na Câmara Municipal, Cavaco Silva participou na cerimónia militar do içar da bandeira, na Praça Luís de Camões, visitou a Igreja da Misericórdia e presidiu à cerimónia de homenagem aos combatentes da Grande Guerra, no Jardim José de Lemos.