No alto de uma colina a vislumbrar a Serra da Estrela, situa-se a uma altura de 1056 metros a Torre de Menagem do Castelo, que como sentinela vigia as gentes da Guarda
e observa as terras longínquas da Gardunha, da Marofa, da Malcata, da Gata em Espanha, do Caramulo e do Açor.Como um guarda militar que é sentinela e vigia, que não dorme desde o amanhecer radiante de sol, até ao pôr do sol que se esconde cansado, numa noite estrelada e de luar, que espera o amanhecer da Guarda num ambiente radiante de luz e de esperança para iluminar o dia desde o norte ao sul, com um sol que se apresenta sempre mais alto e radiante. A cidade da Guarda tem um mandato desde a sua fundação para guardar com segurança o seu povo e defender do inimigo a nação.O foral da Guarda foi lhe dado por D. Sancho I, o seu fundador, elevou a cidade em 1199 e depois a sede episcopal com o título de Diocese Egitaniense. Um nascimento, uma vida cheia de história com uma missão inacabada. Chega o momento de a Guarda acordar e com o seu bom povo continuar os desígnios de uma pleiade que não pode ficar mergulhado na sua resiliência. Honro os cidadãos da Guarda, os que lhe deram nome, o seu povo anónimo e os seus maiores, homens de boa vontade e da Igreja que fizeram da Guarda uma cidade monumental e com história da sua vetusta Catedral, da Torre dos Ferreiros, da Igreja de São Vicente e da Misericórdia, da Capela do Mileu, dos seus Solares, do Chafariz de Santo André e da Dorna, do Seminário Conciliar, hoje Museu e do Paço Episcopal, hoje Paço da Cultura ou outros lugares emblemáticos da Guarda como as suas Muralhas e as suas Portas de entrada ou de saída da cidade, a Janela Manuelina, a Praça Velha, o Paço de Alarcão, os edifícios dos Conventos Franciscanos, os seus bispos e comunidades religiosas. Amo a Guarda e sinto a cidade também como minha, estimo muito o bom povo da Guarda, a quem agradeço a sua amizade, testemunho, estima e carinho. A Guarda é uma cidade de neve, de frio, mas bela com os verdes, diversos dos jardins e parques que são espaços de esperança a falar da Guarda. A estátua de D. Sancho, a estadia de D. Dinis e Santa Isabel na cidade, a figura de Rui de Pina, de Álvaro Gil Cabral, Alcaide-Mor, de Augusto Gil com a sua poesia e de tantos outros, de Eduardo Lourenço que com os seus ensaios faz da Guarda cultural, cosmopolita e europeia.As terras de Portugal e da Espanha são guardadas pela mui nobre e leal cidade da Guarda, povoada por D. Sancho I, que deu às suas gentes o estatuto próprio da sua maioridade. Jovem cidade refrescada pelas águas do rio Mondego, do Zêzere, do Diz e do Noémi a tornam fecunda, forte, fiel, farta, formosa e fértil nas terras generosas da serra, de planaltos, de encostas, de montes, de lameiros, de vales férteis, profundos e escarpados onde realiza a sua essência de guardar sempre.A Guarda é uma cidade acolhedora, hospitaleira, bonita, solidária, fraterna, que com a arquitetura da sua Catedral altaneira e única no centro da urbe, faz memória da eclesiologia do seu povo e dos seus zelosos pastores, que ao longo dos tempos fizeram uma Igreja viva, que na cidade à volta da sua Sé construiu um património religioso, que faz da cidade episcopal original, envolvida maternalmente com o seu casario, que fraternamente a acarinha e edifica desde D. Pedro Vaz Gavião, D. Nuno de Noronha e tantos outros pastores que dela cuidaram com zelo e testemunho eclesial.O granito agreste da Guarda e das terras da Beira, faz das suas gentes pessoas honradas, firmes, amigas, fortes, corajosas, destemidas, sinceras, simples, leais e audazes que determinam no início de século XXI o seu futuro e a sua esperança, através das encruzilhadas das suas auto estradas e linhas do caminho de ferro, que abrem destemidamente as portas para a Europa em busca do desenvolvimento e do progresso. A centralidade da Guarda é reconhecida hoje por muitos como um desafio e uma oportunidade para o presente e o futuro. Retirar a cidade do anonimato, das periferias e das franjas da interioridade e dar-lhe um destino atual, que não pode ser de fatalismo para a Guarda. Esta é a hora de todos os Guardenses e dos amigos da Guarda para dar as mãos, unir esforços, partilhar saberes e conhecimentos, promover tecnologias de ponta, que proporcionem aqui um trabalho justo para todos e tragam para as terras do interior, do ar puro, leve e cristalino muita gente, que queira disfrutar de um ambiente sadio e com bons odores onde se respira nestas terras altas e cheias de esperança a verdadeira saúde. Promover e defender a cidade da Guarda dos seus atuais inimigos, construir uma cidade com presente, futuro, desenvolvimento, progresso, conhecimento, ciência, trabalho, industrialização e modernização na cultura e na dimensão espiritual, quer no ensino superior, nas artes, na saúde para todos, na investigação, na perseveração do clima e do ambiente, na promoção do turismo, na irradicação da pobreza através de uma sustentabilidade assente na fraternidade, na solidariedade na justiça social, que deve ter na base uma economia, que brota de uma rede ecológica que respeita a natureza, protege e promove a pessoa humana e desenvolva o meio ambiente em ordem ao bem comum de todos.Numa rede transfronteiriça de desenvolvimento deve incluir a todos, sem excluir ninguém. Viva a cidade da Guarda, que sabe fazer memória agradecida do seu passado e da sua história, guardiã na gratidão do presente de um povo acolhedor e trabalhador, inovador e empreendedor da esperança num futuro melhor, promissor de uma qualidade de vida acessível a todos. Parabéns à cidade da Guarda por mais um aniversário de vida e de história. Que viva a Guarda e as suas gentes, aqueles que têm a responsabilidade dos seus destinos para que dêem as mãos para guardar a memória na gratidão, fazendo tudo para escrever em cada dia uma página nova de nobreza, de inspiração, de inovação num presente e num futuro feliz onde o desenvolvimento, o urbanismo, a comercialização e a industrialização devem fazer parte do seu provir e dos seus maiores sonhos.